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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Para Jorge Brasil, Paola Oliveira com Verônica ruma ao primeiro time da Globo

O redator-chefe da revista Minha Novela e colunista da revista Contigo, Jorge Brasil, publicou nesta sexta, 12, em seu blog no site da última publicação, uma crítica sobre o trabalho de Paola Oliveira em Cama de Gato. Muito elogioso, Brasil destaca as principais características da atriz, que tem garantido destaque na trama de Thelma Guedes e Duca Rachid e ainda comparou a vilã com alguns trabalhos notáveis na teledramaturgia nacional.

Leia na íntegra o texto, que fala também sobre o desempenho do ator Carmo Dalla Vechia, o Alcino.

Outro dia cheguei em casa e minha mãe, Jandyra, estava revoltada com Cama de Gato. “Não aguento mais ver a Verônica fazendo maldade e sempre se dando bem!”, bradava ela. “E quero que Rose dê um pé no Gustavo e fique com o Alcino, que é um bom homem e a ama de verdade”, continuou… Depois de acalmá-la, fiquei refletindo sobre as queixas dela. E me surpreendi ao constatar como ainda somos atingidos pelas vilanias dos personagens das novelas, apesar de convivermos com eles, diariamente há tantas décadas. E se a megera da novela é uma Nazaré (Renata Sorrah, em Senhora do Destino), da vida, então, a relação de amor e ódio fica completa. Verônica vem provocando essa reação nas pessoas e, cá entre nós, ela é mesmo uma vilã excelente. Paola Oliveira mescla crueldade e dissimulação com bastante eficiência. A carinha de boa moça da atriz serve como uma luva para o tipo de personagem criada pelas autoras Duca Rachid e Thelma Guedes.

Verônica tem que enganar a todos à sua volta que é um amor de pessoa. E, por trás, vai destruindo a vida de quem ficar em seu caminho. É um papel que faz a alegria de qualquer artista. Renata, Patrícia Pillar (A Favorita), Cláudia Abreu (Celebridade), Gloria Pires (Vale Tudo), Natália do Vale (Cambalacho), Lucélia Santos (Guerra dos Sexos) e Lídia Brondi (O Homem Proibido) já interpretaram brilhantemente personagens assim e Paola se junta a esse grupo de elite. É o passaporte que faltava para essa moça rumar ao primeiro time de intérpretes da Globo.A outra queixa de minha mãe resvala na tão falada química entre os atores. Não é que Marcos Palmeira e Camila Pitanga não funcionem bem. Pelo contrário: Gustavo e Rose formam um lindo casal. Mas detalhe: apenas quando o executivo está trilhando o caminho do bem. A partir do momento em que ele é corrompido pelo poder, os laços de afeto com a ex-faxineira se rompem de uma maneira tão brusca, que Alcino (Carmo Dalla Vecchia) acaba se tornando a opção ideal para a moça. Una a isso à ótima atuação de Carmo e está feito o estrago: o principal casal da trama não ganha a torcida unânime dos espectadores.

Sem dúvida nenhuma, Alcino é o melhor papel da carreira de Carmo. O Zé Bob, de A Favorita, era ótimo também, mas pecava pelo excesso de “supere heroísmo”. Alcino é 100% humano. Fez uma grande cagada ao sequestrar o melhor amigo, para tentar devolver a humanidade que ele havia perdido, e até hoje paga por isso, já que deu munição para Verônica pintar e bordar com suas vilanias. Alcino é ao mesmo tempo doce e decidido, carinhoso com os filhos e solidário com a paixão declarada de Mari (Isabela Garcia), apesar de não saber o que fazer com ela. Sinceramente preferia ver Alcino terminando a novela com Rose. Eu daria um final dramático para Gustavo. Mas aí o que fazer com Mari? Tão dedicada a Alcino, ela ficaria a ver navios? Acho que sim. Gostaria de ver a secretária se libertando de um sentimento platônico para encarar um sentimento real com outro homem. Imaginar Alcino ao lado de Mari me passa uma sensação de gratidão. Não de amor. Desconfio que ele vá morrer no último capítulo, deflagrando uma onda de protestos das espectadoras. Não sei o que vai acontecer na história ainda. É tudo especulação, mas sou partidário de um final feliz para Alcino e Rose.

O que não tenho dúvida é que Duca e Thelma estão desenvolvendo a melhor novela do momento. Uma trama tipicamente folhetinesca, cheia de acontecimentos, ganchos para o capítulo seguintes, personagens engraçados (Bené e Taís), outros revoltantes (Roberto), dramas contundentes (David e Sofia), paixão juvenil (Pedro e Débora)… Tudo orquestrado pela direção primorosa de Amora Mautner e Ricardo Waddington. Nada se perde na novela. Em plena sintonia, os atores se entregam de corpo e alma a seus personagens e o resultado é bem harmônico. Mas, com certeza, Cama de Gato ficará marcada pela apoteose de Paola Oliveira e Carmo Dalla Vecchia, atores até então sem grande expressão, mas que mostram força, garra e talentos para alçarem vôos ainda maiores. E eles vão longe!


Nota do editor deste blog: Ok! Letícia não trouxe grande destaque para Paola Oliveira em Ciranda de Pedra. No entanto, para alguém que conseguiu chamar a atenção em seu papel de estreia em um novela com figurões como Irene Ravache, Fernanda Montenegro, Tony Ramos e Glória Pires - para apenas citar alguns - e ainda, graças ao bom desempenho, meses depois vivia sua primeira protagonista, não é possível concordar que a carreira de Paola ou todos os seus personagens pré-Verônica sejam sem expressão.


Foto: TV Globo/João Miguel Júnior


1 comentários:

Dj Fazzolo disse...

Ela, o trabalho dela, são essenciais para o sucesso...

Paola 4ever...