A TV na sala de imprensa do Projac, o complexo de estúdios da TV Globo, no Rio de Janeiro, exibia um amistoso da Seleção Brasileira quando Paola Oliveira chegou, após gravar cenas de Cama de Gato, já perguntando pelo placar. Corintiana nascida na Penha, Zona Leste de São Paulo, ela aprendeu a gostar de futebol ainda criança, quando brincava com os irmãos mais novos, Leonardo, de 24 anos, e Juliano, de 23. “Sou muito moleca”, diz a atriz, que completa 28 anos em abril. Ainda com o figurino da sofisticada Verônica, a vilã que vive na novela das 6 – um tubinho preto e sapatos Christian Louboutin de saltos altíssimos –, Paola garante que não é nada sensual. Nos fins de semana, seu programa preferido é jogar tranca com a família, e ela costuma ir para a cama com Pessoa, um gato vira-lata com que dorme enrolada. A imagem tampouco remete à exuberante rainha da bateria da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio que foi ovacionada na Marquês de Sapucaí no Carnaval deste ano. Se vai continuar no posto em 2011, ela ainda não sabe. A viagem de férias com o namorado, Joaquim Lopes, após o término da novela, porém, é certa. Nesta entrevista, a atriz fala sobre relacionamentos, traição e sua forma invejável, mas é reticente quando o assunto é o romance com o ator, assumido em agosto de 2009, quatro meses após ele ter se casado com Thais Fersoza, de quem se separou ainda na lua de mel.
QUEM: Você é paulistana, loira e tem samba no pé. Como explica isso?
PAOLA OLIVEIRA: Não explico, só sambo (risos). Sempre fui muito inquieta, queria sair, aprender a fazer coisas. Adoro dançar, fiz jazz, balé, é uma coisa que me relaxa. Não sei em qual momento aprendi os passos, não teve ninguém para ensinar. Minha mãe não gosta de samba, meu pai também não. Cresci ouvindo música sertaneja.
QUEM: Você conquistou o público do Sambódromo carioca. Sempre teve esse carisma? Foi a garota mais popular no colégio, por exemplo?
PO: Não era popular. Era aquela que sentava na frente, não falava, não abria a boca. Estava sempre anotando tudo, era boa aluna, nunca repeti um ano. Era caxias, meu pai me cobrava muito. Aí, na 6a, 7a série, fui passando para o fundo da sala, fui ficando mais amiga de todo mundo.
“AS PESSOAS COSTUMAM TER UM CAMINHO TRILHADO: NOIVAR, CASAR. EU NÃO PRECISO CHEGAR A NENHUM LUGAR. (...) A INTENSIDADE ESTÁ EM VIVER CADA DIA.”
QUEM: Seu pai, José Everardo, é policial aposentado. Como é sua relação com ele?
PO: É ótima. Todas as encrencas que tive com ele e com a minha mãe (a ex-auxiliar de enfermagem Daniele) eram porque queria fazer de uma forma e eles queriam de outra. Ele falava sempre para meus irmãos irem comigo aos lugares. Hoje em dia, entendo que era para me proteger.
QUEM: Como ele encarou o seu namoro com Maurício Mattar, que era mais velho, e agora com Joaquim, recém-separado?
PO: Meu pai confia nas minhas escolhas. Não só ele, mas a família toda. É claro que ele sempre pergunta se está tudo bem, como uma família unida e presente faz.
QUEM: Você é do tipo que se joga em um relacionamento?
PO: Acho que só vale a pena entrar em um relacionamento se estiver apaixonada. Sou intensa, mas não é aquela coisa de largar tudo, de se jogar na frente do carro. A intensidade é de estar inteira, de ter prazer, de estar com aquela pessoa em qualquer lugar que seja. As pessoas costumam ter um caminho trilhado: noivar, casar. Eu não preciso chegar a nenhum lugar, não tem aquela coisa de estar junto há dois anos, dar uma entrevista e anunciar o casamento. A intensidade está em viver cada dia.
QUEM: Você e o Joaquim moram juntos?
PO: Não, a gente mora perto, mas cada um tem sua casa. Passo o dia todo trabalhando, então, a gente se vê pouco, à noite ou no fim de semana. Mas estamos muito próximos.
QUEM: O início do namoro com Joaquim foi delicado pelo fato de ele ter se separado da atriz Thais Fersoza na lua de mel, poucos meses antes. Sentiu alguma reprovação por isso?
PO: Para coisas que envolvem coração, sentimento, que a gente não domina, acho que não existe reprovação. Existem coisas que só quem está dentro da história é que vai saber. Não adianta falar, porque vão entender de outra forma. A dificuldade maior foi de uma coisa que havia terminado e não tinha a ver comigo. Começou como se começa um namoro normal, que a gente torce para dar certo, para ser feliz.
QUEM: Como mulher, não bateu insegurança por assumir um namoro com um homem que havia se separado da mulher na lua de mel?
PO: Quando a gente se apaixona, não tem insegurança. Eu vejo assim: um processo difícil terminado, eu em outro contexto, e não tive dificuldade de nada porque para mim era tudo novo.
QUEM: Como está o namoro? Vocês fazem planos juntos?
PO: Está tudo ótimo. O projeto é viver, fazer 28 anos daqui a pouco, em abril. Ele faz aniversário perto de mim, quem sabe não sai uma festa linda no mesmo mês? Meus planos, normalmente, são curtos. Quero fazer uma viagem com o Joaquim. E com os meus irmãos também, no meio do ano.
QUEM: Que importância você dá ao sexo em seus relacionamentos?
PO: Acho que é meio a meio. Não basta uma coisa ou outra estar bem, porque o relacionamento não é feito só de gentilezas nem só de sexo. É um conjunto. Se tiver problema, para lá ou para cá, uma hora vai aparecer.
QUEM: Qual é a sua opinião sobre traição? Todo mundo tem direito a uma segunda chance?
PO: Acho que tudo na vida depende da situação, de quem está envolvido. Você só vai entender o motivo e dar uma opinião sobre traição se estiver envolvido naquilo. Mas acho que tudo é perdoável, dependendo da situação. Às vezes, não é o caso de perdoar, mas o caso de passar para a frente uma coisa que não vai dar certo.
“AS PESSOAS ME VEEM NO SUPERMERCADO DE SAPATO BAIXINHO, DE VESTIDINHO, CABELO PRESO DE QUALQUER JEITO, E FALAM: ‘MAS É VOCÊ?’. SOU TOTALMENTE MOLECA.”
QUEM: Você é uma mulher que passa a imagem de ser muito sensual e sedutora. É assim? PO: Não. As pessoas me veem no supermercado de sapato baixinho, de vestidinho, cabelo preso de qualquer jeito, e falam: “Mas é você?”. Sou totalmente moleca, ando descalça, não tenho paciência nenhuma para fazer unha. Tenho que marcar o dia do salão de beleza e falar para mim mesma: “Hoje você vai, Paola”. Se deixar, esqueço. Sou a mais velha da família, com dois irmãos mais novos. Meus joelhos viviam ralados, tenho cicatriz na mão, não consigo deixar a unha crescer.
QUEM: Mas os olhares masculinos não a acham moleca. No Carnaval, o ator Gerard Butler lançou a você outro tipo de olhar...
PO: Nem vi. Estava em outro planeta naquela hora, feliz, logo depois do desfile. Vi a foto, mas na hora não percebi. Acho que a coisa da sensualidade é algo mais velado, as pessoas não chegam para falar.
QUEM: Que características no homem a atraem?
PO: Ninguém manda no coração, né? O coração é um bichinho danado. O que me chama a atenção, primeiro, é a gentileza. Homem tem que ser gentil e educado, cavalheiro. Tem que ser homem. Outra coisa é ter bom humor. Acho que pode ser lindo, mas, se for mal-humorado, já é ponto negativo.
QUEM: Você tem um corpo invejável. Sempre foi assim ou já passou pelo efeito sanfona?
PO: Já fui menos feliz com meu corpo. Tenho as formas mais abrasileiradas: coxa, quadril, bração. Se falar isso (de ter passado pelo efeito sanfona) vão falar que emagreci 12 quilos e, se isso fosse verdade, teria tirado uma pessoa de cima de mim (risos). Mas fui muito guerreira na preparação para o Carnaval, fazia musculação três vezes por semana e exercício aeróbico duas vezes. Emagreci 2 quilos e não os quero de volta, porque estou muito feliz com as minhas calças.
QUEM: Você já fez lipoaspiração nas pernas, antes de Belíssima (2005), porque tinha coxas grossas. Faria alguma outra intervenção estética?
PO: Mas não adiantou nada (risos)! Olha só isso aqui (ela bate na coxa)! Já pensei em botar silicone, mas não me animei mais, não. Tenho pânico de cirurgia. Em Belíssima, trabalhei com a Claudia Raia, a Carolina Ferraz, a Irene Ravache, que são mulheres maravilhosas, e nenhuma delas tem os seios grandes. Aí, achei que era bobagem. Tenho medo de ficar exagerado no vídeo, então, desisti.