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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mônica Bergamo: A polêmica da Nº 1!

A seguir, a íntegra da coluna desta quinta-feira, 18, de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, sobre a polêmica presença [ou, no caso, ausência forçada] da Brahma no desfile da Grande Rio.

Convidada a se manifestar, Paola Oliveira foi entrevistada e falou sobre o que pensa da publicidade de cervejas: - Todo mundo bebe cerveja e tem vida pessoal (...) e isso não tira o mérito de ninguém.

Leia:

Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br


Aqui se samba, aqui se paga

Joel Silva/Folha Imagem

Paola Oliveira faz o símbolo de uma cerveja durante desfile

A ordem partiu da direção da Grande Rio, já na concentração na Sapucaí, na noite de segunda: era para apagar o símbolo da mão com o célebre "nº 1" da Brahma nas camisas do pessoal de apoio do departamento cultural da escola. Começou então um corre-corre da produção com latas de spray dourado para não deixar os vestígios da marca registrada da cerveja, patrocinadora da escola.


Foi apenas um dos conflitos entre publicidade e os desfiles do Rio. A polêmica já havia aparecido em São Paulo, quando a Rosas de Ouro teve de mudar o refrão "O cacau é show" para "O cacau chegou" para despistar a alusão a uma fábrica de chocolates, após protesto da TV Globo. Na Sapucaí, os dissabores foram mais discretos.



O empresário José Victor Oliva, organizador do camarote da Brahma, estava escalado para sair no alto de um carro da Grande Rio representando o espaço VIP. Foi cortado na última hora. A escola achou que já havia "ícones de Brahma" demais no desfile, como o gari Renato Sorriso -destaque de um carro e representado nas fantasias da bateria- e o cantor Zeca Pagodinho, ambos garotos-propaganda da empresa. Temia-se que a sobrecarga irritasse tanto a Globo quanto a Liga das Escolas de Samba do Rio, que vetam merchandising explícito na avenida.



Já a atriz Paola Oliveira, rainha de bateria da escola, desfilou fazendo o "nº 1" com a mão direita. Ela falou à coluna:

FOLHA - O patrocínio da Brahma não compromete a espontaneidade da escola e do samba-enredo?
PAOLA OLIVEIRA
- O Carnaval conta uma história. A Sapucaí tem 25 anos e o camarote da Brahma tem 20, então ele faz parte dessa história. Não sei dessas questões de grana, mas se eles colaboraram com a escola, por que não? O "Eu sou guerreiro" [refrão do samba] lembra a Brahma, mas também combina com o povo brasileiro, que é guerreiro mesmo. Está no contexto do enredo.

FOLHA - O que acha de esportistas, como Dunga e Ronaldo, anunciarem bebida alcoólica?
PAOLA - Temos que ser realistas, não hipócritas. Isso [anunciar bebida] é melhor do que tudo aquilo que a gente não vê acontecendo por debaixo dos panos, lá nos poderes superiores. Todo mundo bebe cerveja e tem vida pessoal: os atletas, os artistas, a Madonna... e isso não tira o mérito de ninguém.




Nos camarotes patrocinados pelas cervejas Brahma e Devassa, a maioria dos artistas veste as camisas de propaganda em troca de poder arrastar os amigos para a festa, com entrada livre, comida grátis e bebida à vontade (tão à vontade que a Devassa mandou vetar o uísque lá pelas 3h de terça-feira, devido ao grande número de embriagados).



Na Brahma, a lista dos mais pidões foi encabeçada pelo jogador Ronaldo, que levou mais de 20 pessoas para a área VIP, entre amigos dele e da mulher, Bia Antony. Para conseguir que toda a excursão entrasse, ligou e mandou mensagens várias vezes para a produção do camarote pedindo convites.



Zeca Pagodinho, que fez show no camarote, levou 12 amigos. O jogador Robinho, dez, além da mulher e da sogra. A atriz Susana Vieira, oito pessoas. E Paola Oliveira, contratada como musa do espaço, tinha direito a quatro convites.
(DIÓGENES CAMPANHA e LÍGIA MESQUITA, do Rio)

1 comentários:

Anônimo disse...

Por isso q sou fascinando por essa princesa... Ela tem muito bom senso e uma analize espetacular...