Eles falam...

Mais uma vez o jornalista Fernando Moraes entra em cena no Close to Paola para falar de Paola Oliveira. Conforme você leu aqui, ele esteve presente no backstage do evento de moda Sul-catarinense, Donna Fashion DC, no último dia 5.

Desta vez, Fernando conta com mais detalhes como foi a sua entrevista com a atriz, desde os momentos iniciais, quando esperava Paola se maquiar, até o momento em que percebe que só pode fazer mais uma pergunta, devido aos poucos minutos que lhe restavam. Além disso, ele analisa algumas questões a respeito da indústria de celebridades, tomando como referência o perfil da Rainha da Sapucaí.

Confira na íntegra o relato de Moraes:

Cinco minutos com Paola

Em Florianópolis e sob a “escolta” de sua assessoria de imprensa, a atriz global conversou com Donna DC

A indústria de celebridades tornou limitada até uma entrevista com a atriz Paola Oliveira. No afã por uma declaração dos famosos sempre bem orientados por assessores pessoais , fica o dito pelo não dito, e o não dito pode parar na capa das revistas. A tal celebridade se irrita com as fofocas e bloqueia cada vez mais o acesso, realimentando o ciclo.

O périplo para falar por cinco minutos com a atriz de 26 anos começou antes mesmo da entrevista, na entrada dos camarins – local onde as modelos se aprontam para os desfiles.

– Ela está se maquiando, com rímel em um olho só, toda feia. Só vai falar quando estiver pronta, tá? – disse uma assessora.

Tentei imaginar como a dona do rosto de formas clássicas que representa a gigante internacional de cosméticos L’Oreal poderia estar “toda feia”. Depois de meia hora, a entrevista foi autorizada. Já dentro do camarim, Paola estava pronta. De pé, parecia ter bem mais do que os 1,70m de altura – os sapatos de salto alto preto de vinil, estilo boneca, ajudaram um bocado. Cabelos em tom escuro, arrumados, argolas nas orelhas e rosto maquiado levemente. Linda. Isso antes de descrever o vestidinho jeans curto que valorizava as pernas talhadas por algum mecenas renascentista.

– Nada de perguntas pessoais – ouvi a voz da assessora da atriz me acordar do sonho.

Então, nenhuma pergunta sobre o possível namorico com o modelo Gaetano Lops, ex-marido da cantora Elba Ramalho, assim como Maurício Mattar, ex de Paola e da própria Elba.

A assessora avisa que questões sobre Carnaval e trabalho estão liberadas. Escolho o primeiro assunto.

Ano passado, Paola disse que iria abafar no desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Se enfurnou na academia, fez dieta. Tudo sem alarde. Durante os ensaios da Grande Rio, escola em que estreou como Rainha de Bateria, só usou calça – para desespero dos paparazzi, acostumados aos flagras de calcinhas aparentes a cada requebrado – e não desmentiu os comentários que estaria escondendo gordurinhas a mais e alguma celulite. A estratégia de trabalhar em silêncio funcionou e a atriz foi a estrela de um Carnaval fadado à exaltação das mulheres-fruta. Não teve Melão, Jaca e Moranguinho para superar a combinação perna-grossa-bronzeada-barriga-sequinha-rosto-perfeito.

– O mínimo que eu poderia fazer para eles (pessoal da Grande Rio) era estar em forma, então, me preparei para isso.

A assessora da atriz me encara e eu corro para a última questão da noite. Pergunto se ela vai posar nua.

– Quando fiz minha primeira novela, aos 18 anos, já tive convite. E convite é bom porque é só isso, um convite. Você aceita se quiser. E eu não aceito – disse.

Frustrado com a negativa, me despedi. A assessora veio na minha direção com o mesmo olhar severo do início da entrevista. Alguma pergunta fora do lugar?

– Muito obrigado, tá? Você foi ótimo.

Saí sem entender se foi um elogio ou uma ironia. Como é dura a vida desses repórteres de celebridades.

= Fernando Moraes é o dono do Blog de Omi e jornalista do Diário Catarinense, do qual a matéria acima foi extraída.